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Vinhos de verão

Vinhos perfeitos produzem sensações convidativas ao próximo gole

Por Piero Casara dia em Colaboradores

Vinhos de verão
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Estamos entrando na época de dias quentes do ano.

Calor intenso pede uma bebida refrescante, certo? Muitos apreciadores de vinho nesta época do ano migram para a cerveja gelada, porque vêem o vinho exclusivamente como uma bebida do frio, que costuma aquecer os paladares nos dias de inverno.  Pois bem, vamos falar da versatilidade do vinho e como ele pode ser ideal também para os dias de calor intenso!

Afinal, o que é um vinho “de verão”?

Vamos dar um passo atrás e entender como as condições climáticas influenciam no desenvolvimento das videiras.

Vinhos de verão

De maneira geral, o clima quente (por exemplo, a região do Mediterrâneo) acelera a maturação das uvas e no momento da colheita essas uvas costumam ter um nível de açúcar mais elevado e baixo nível de acidez. Bastante açúcar vai se transformar, pela ação das leveduras (as pequenas trabalhadoras responsáveis pela mágica do vinho!), em muito álcool. O vinho com nível mais elevado de álcool, de maneira geral, é mais macio, quente, se torna mais untuoso na boca. De maneira oposta, o clima frio (por exemplo, a região da Borgonha, no norte da França) costuma produzir vinhos com baixo teor alcoólico (já que as uvas não amadurecem por completo, gerando menos açúcar a ser transformado em álcool) e alta acidez. Vinhos com baixo teor alcóolico e alta acidez produzem uma sensação de frescor na boca, como para saciar a sede e convidar para um próximo gole.

Voltemos então à definição de “vinho de verão”: são vinhos que produzem essa sensação de frescor na boca, um leve formigamento na língua, gostoso, com um final mais curto, mais pontual. Paradoxalmente, regiões de clima frio originalmente, como a Borgonha, o norte da Itália, ou a Nova Zelândia, por exemplo, costumam produzir belíssimos vinhos perfeitos para o calor.

Vinhos de verão

Se você procura por um vinho refrescante, lembre-se de pensar, então, na geografia de origem da garrafa que está comprando. São muitas as regiões/países de clima frio que produzem belos vinhos ”frescos”: Borgonha (França), Alemanha, Áustria, Região do Vinho Verde (Norte de Portugal), Norte da Itália, Nova Zelândia, algumas regiões da Austrália,  algumas regiões do Chile, Patagônia Argentina, e tantos outros locais pela mundo.

É também muito comum pensarmos que esse frescor é exclusividade dos vinhos brancos e espumantes. Mas isso não é necessariamente correto. Embora seja mais comum encontrarmos vinhos brancos com maior grau de acidez e menor teor alcoólico, há belos exemplares de vinhos tintos cuja característica é de frescor, acidez viva e menor teor alcóolico. Você encontrará essas características nos Pinot Noir da Borgonha ou da Nova Zelândia, por exemplo.

Vinhos Rosé geralmente são bem leves no paladar, frutados e apresentam, também, a sensação de frescor tão apreciada nessa época de dias quentes.

Algumas sugestões de vinhos/castas/estilos refrescantes: Riesling alemão, Riesling australiano, Vinhos da região do Vinho Verde (do norte de Portugal), Alvarinho, Pinot Noir neozelandês, da Borgonha ou da Patagônia Argentina, Chardonnay da Borgonha, Brancos do Piemonte (Norte da Itália), Rosés da Provence (sul da França), entre tantos outros. Um brinde aos dias quentes (com um bom vinho refrescante)!


Piero Casara
Proprietário do Empório Casa São Francisco

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